Eu acuso, sem medo, os grandes capitalistas deste país, bem como a Igreja, nomeadamente o Vaticano que nada têm feito para combater o desemprego.
O capitalismo dos nossos dias necessita, para sobreviver, que haja desemprego. Nunca se viu, tanta empresa a falir. Mas, em contra-partida, nunca se viu tanta gente a falar em milhões e milhões de euros e a viverem, principescamente, não só em luxuosas habitações, ostentando grandes carros, como frequentando ricos e aparatosos hotéis e viajando para toda a parte do mundo, em magnificentes cruzeiros e iates. Hoje, designam-se de “Famosos” ou “Vip’s”. Enquanto outros, contam os “tostões”, e vivem de esmolas ou de sobras que os ricos atiram para o caixote do lixo. Argumentam os economistas deste país, que esse desemprego é compensado pelo aumento dos postos de trabalho noutros ramos, criados pela riqueza produzida.
São palavras com que mascaram a realidade que é o aumento relativo dos desempregados desde que o capitalismo existe, sempre que isso convém ao capital. Conhecemos a música daqueles que vivem abastados, que se fazem passar por bons e santos samaritanos, mas que escondem em seus bancos privados, grandes fortunas que vão herdando, ou que vão acumulando à custa dos desvios de fundos, ou dos seus trabalhadores, que auferem ordenados de miséria! A existência deste chamado exército de reserva de desempregados, permite ao capitalismo regular os salários, visto que há sempre mais ofertas de trabalhadores do que procura. É a necessidade de subsistência dos trabalhadores que permite aos capitalistas imporem determinado nível de salários. “É pegar ou largar…Se não quiserem assim, há mais quem queira”!
Quando se faz a conta ao número de desempregados existentes em Portugal e aos postos de emprego que os Governos de direita pretendiam criar, o problema por eles não se resolveriam nem para o ano 2020! Eles vivem do desemprego como o musgo das árvores. Meus Amigos, a sociedade capitalista fabrica o desemprego; o desemprego fabrica a prostituição e o assaltante; a sociedade reprime a prostituição e o ladrão. Este é o ciclo que se eterniza enquanto durar o sistema. Não conhecemos nenhum caso de prostituta ou de um gatuno, a quem tenha sido oferecido um emprego ou nos dois primeiros processos. Isto é, o sistema que os reprimiu não lhes oferece uma única alternativa. Há quatro séculos que esta massa de desperdícios humanos fazem passear as suas feridas pelas estradas e pelas cidades e que nós, viramos as costas, com medo de sermos incomodados. E o que faz a Igreja? Manda rezar o terço e a pedir perdão pelos pecados, através dos seus sinos vetustos.
Ah! “Se cá voltasse Jesus, / O mártir, filho do homem, / Escorraçava os que comem / à sombra da sua cruz”.
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