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Hiroxima, a última missão!


Textos e Fotos: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com

Na pequena Ilha de Tiniam, no Arquipélago Marianas, no Pacífico, em Junho de 1945, um super-secreto grupo de aviões de bombardeamento da Força Aérea Americana, o 509º Grupo de Bombardeio, finalizava os preparativos para nos dias 6 e 9 de Agosto daquele ano, serem lançadas, pela primeira vez na História da Humanidade, duas bombas Atómicas, em Hiroxima e em Nagasaki, respectivamente.

Entretanto mais de 750 mil soldados do Tio Sam estavam-se preparando nas bases das Filipinas, Hawai e Guam para o assalto final às ilhas japonesas tendo agrupado mais de 42 porta-aviões, 24 couraçados, 212 contratorpedeiros e um número infindável de submarinos, de navios de carga  e transporte de tropas.

Entretanto o Japão preparava-se para a defesa do seu solo, fortificando, a todo o vapor, as suas praias e costas escarpadas e com um milhão de homens bem armados e milícias bem preparados para o combate de sobrevivência e final.

O governo dos Estados Unidos de então estava preocupado com as informações de espionagem que vinha recebendo e pela experiência durante a tomada das Ilhas de Iwo Jima e Okinawa. Foram aos milhares o número de mortos, feridos e desaparecidos que as suas tropas sofreram empenhadas durante os renhidos combates onde só uma pequenina força de soldados inimigos, e de civis também, sobreviveu ao assalto e foram tomados prisioneiros.

Muitos, ou quase todos os soldados japoneses lutaram até ao fim, cometeram suicídio ou pereceram pela gravidade dos ferimentos em combate. Segundo informações do Estado Maior Americano foi um morto, ferido ou desaparecido americano por três soldados ali desembarcados naquele assalto.

Os dados estavam lançados e era uma questão de poucas semanas ou meses para que o grande assalto se concretizasse. Pelos números acima referidos de baixas das forças americanas na tomada daquelas duas pequenas ilhas próximas do território do Japão, calculava-se, que mais de 500 mil homens iriam soçobrar no assalto ao coração do Império Nipónico.

Desta forma, estava há mais de 3 anos, em laboratório, um projecto no deserto do Novo México e noutros estados americanas, e conhecido, na língua do top-secreto por Projecto Manhattam, com a participação da Grã-Bretanha e Canadá e sob a supervisão do General Leslie Groves e o fícico da Universidade da Califórnia, J. Robert Oppenheime. Foram fabricadas várias bombas atómicas embora apenas duas fossem lançadas sobre o território japonês, o “Little Boy” e o “Fat Man”, em Hiróxima e Nagasaki, respectivamente.

Desta forma, e para evitar uma carnificina de expectativa nos combates entre os dois exércitos na ofensiva e desembarque americano em vários pontos do território japonês, já marcado para o mês de Novembro daquele ano, foi decidido, pelo então presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, bombardear com bombas atómicas diversas cidades em território do Japão.

A primeira a ser lançada, foi pelas 8.30 horas da manhã do dia 6 de Agosto de 1945, dum avião B-29, daquele grupo aéreo, “baptizada” de Enola Gay com uma tripulação de 12 sob o comando do tenente-coronel Paul W. Tibbets Junior.

Sem oposição tanto de caças inimigos ou de fogo antiaéreo, a uma altitude de 9 mil metros, foi lançada aquele engenho explosivo atómico. A explosão foi tão violenta, equivalente a mais de 20 mil toneladas de TNT cuja coluna de fumo branca, num perfeito cogumelo, se elevou a mais de seis quilómetros e meio de altura. As ondas de choque que se lhe seguiu foram de tal intensidade que o próprio comandate do avião pensou ter sido abalado por potencial fogo das defesas antiaéreas japonesas.

Muitos dos elementos da tripulação não conseguiam ligar à realidade o que estavam a testemunhar. Um autêntico inferno dantesco.

O co-piloto, o capitão Robert Lewis, ao ver o efeito daquele engenho mortífero proferiu esta célebre frase naquele preciso momento de grande conturbação enquanto vincava os seus dedos nos comandos daquele bombardeiro e testemunhava o espectáculo destruidor, no solo, por baixo do avião: -MEU DEUS! QUE FIZEMOS!”.

Valeu a pena esta operação de carnificina, pergunto, pois três dias depois a mesma sina se abateu sobre a cidade de Nagasaki onde mais de 100 mil vidas foram imoladas. O triste é que operacionalmente estas duas cidades até nem tinham, segundo os entendidos, qualquer valor estatégico-militar para sofrerem este tipo de retaliação e civis mais de 95 por cento da sua população.

Há quem diga que estes dois ataques serviu de “aviso” à então União Soviética do poder destrutivo das novas armas de liquidação maciça que até então  era só apenas do conhecimento e técnica dos Estados Unidos (a URSS, ou União Soviética, três anos depois já as tinha também) por este país, a Rússia e as suas repúblicas,  ter saído poderoso e vitorioso no teatro da Europa pela destruição do forte do exército de Hitler ocupando então a maior parte dos países da Europa do leste, a Alemanha e ter vencido uma feroz batalha de vários dias de casa em casa, com o exército fascista alemão, durante a  tomada de Berlim.

Gostaria de evocar as palavras do almirante Leahy, da Marinha dos Estados Unidos, no final da Segunda Guerra Mundial: - “O emprego desta arma bárbara, tanto em Hiroxima como em Nagasaki, não trouxe qualquer utilidade na guerra contra o Japão. O exército japonês estava já derrotado e disposto a capitular como consequência do bloqueio e dos bombardeamentos clássicos”.

Põe-se agora a equação que irá conturbar a Humanidade. Justificava-se a utilização de armas atómicas? 

Creio que a tripulação dos dois aviões bombardeiros B-29 que lançaram aquelas terríveis bombas já deixou o nosso mundo assim como o então presidente Harry S. Truman, dos Estados Unidos, que deu luz verde para aquela carnificina se concretizasse pela utilização daquelas bombas. Todos eles (ao que parece) já lá estão na Terra da Verdade e da Justiça e fico a pensar quais as desculpas que terão apresentado ao Criador por esta "MAGNIFICA OBRA MORTÍFERA”, sem igual, enquanto passaram por este nosso pobre mundo. 

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